Ativista brasileira Lúcia Xavier vai à ONU denunciar casos de racismo no Brasil 

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Denunciar o racismo e as condições da população negra no país, principalmente das mulheres negras, é o objetivo da ativista brasileira Lúcia Xavier, coordenadora geral da ONG Criola, ao participar da 49ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta segunda-feira (28). Ela falará na abertura do evento, que terá transmissão online. “Me cabe a tarefa sobre a qual minha organização está debruçada: apresentar a situação das mulheres negras e o quanto elas têm arcado com o ônus da falta de políticas pública ou mesmo com a negligencia do Estado, desde a violência às consequências das crises da pandemia”, adiantou Lúcia em entrevista ao portal Universa. 

Lúcia Xavier, assistente social e coordenadora da Ong Criola. Foto: Reprodução Redes Sociais

Lúcia também relatou na reportagem que a intenção é lembrar que as mulheres negras têm passado por um momento muito difícil no país, não só pela violência estrutural, doméstica e sexual, mas também por situações como a mortalidade materna. “Na pandemia, elas ficaram completamente desprotegidas. Foram as últimas a ganhar afastamento do trabalho, foram as últimas a serem orientadas sobre a vacina. É uma lista de problemas bastante graves, que não se encerram com o arrefecimento da pandemia.”, disse. 

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Xavier também cita a falta de acesso à educação para meninas negras e a retirada de direitos trabalhistas. “A revisão das leis trabalhistas afetou demais as empregadas domésticas, que ganham direitos em 2015, sofrem com a perda de emprego e são consideradas um trabalho essencial na pandemia. Mas esses novos tipos de contratos de trabalho deixam a situação delas ainda mais precária.”  

Criada em setembro de 1992, a ONG Criola surgiu a partir de um núcleo de mulheres que fazia parte do CEAP (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas) e atua na defesa e garantia dos direitos das mulheres negras. Uma das primeiras campanhas foi contra a esterilização em massa em favelas do Rio. Lúcia coordena a organização e é uma das ativistas do movimento de mulheres negras mais atuantes do Brasil. 

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