Após acusação de racismo, Gucci lança programa de inclusão e diversidade para designers africanos

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Foto: Cortesia/FFW

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Acusada de blackface ao lançar uma blusa preta cuja gola cobria metade do rosto e trazia nela uma abertura imitando uma boca vermelha, a Gucci parece querer entender o que aconteceu e mudar sua trajetória daqui para frente. Para isso, durante o evento anual da editora Condé Nast, responsável pela revista Vogue, o representando da marca italiana anunciou um programa de inclusão e diversidade que contará com abertura de vagas e investimento em designers de diversos lugares do mundo.

Segundo informações da Vogue Francesa, a Gucci montou um conselho que conta com artistas, ativistas e escritores como Naomi Campbell, Will.I.Am, Angela Davis entre outros.

“Queremos ter pessoas que estão falando sobre o assunto nos dizendo o que sentem, para nos ajudar a entender”, disse o CEO Marco Bizzarri para a publicação.

O objetivo é que essa simbiose seja verdadeiramente internacional, com “a influência de jovens designers vindos de todos os lugares”, antes de citar a África como “uma parte do mundo que realmente poderia impactar o que fazemos de forma criativa [na sede da Gucci] em Roma”. O programa fará parceria com até 12 faculdades em todo o mundo, quatro delas na África Subsaariana, incluindo: Radford College (Acra, Gana), Design Academy of Fashion (Cidade do Cabo, África do Sul), Universidade de Lagos (Lagos, Nigéria) e Escola McEnsal de Design de Moda (Nairobi, Quênia). Cada colégio realizará um concurso para nomear um aluno que se juntará à Gucci por um ano a partir de janeiro de 2020. Todos os alunos receberão bolsa e terão a oportunidade de trabalhar para a Gucci.

O CEO, que também tem interesse em trabalhar com matéria-prima desses lugares, antecipa que os programas de bolsas aumentarão a mobilidade entre os 18 mil funcionários da Gucci. “Somos uma grande empresa, e isso dará às pessoas a oportunidade de se mudar para Milão ou vice-versa, de Milão para outras regiões”, explica ele para a edição francesa da Vogue: “Adoro a ideia de transmitir educação, a chance de dar a essa geração mais jovem e nos dar diferentes perspectivas sobre a marca.”

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