Alunos da PUC Minas protestam contra comentários racistas de professora

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O protesto aconteceu depois de que um áudio começou a circular nas redes sociais

Estudantes da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) se reuniram em uma manifestação, em frente ao prédio do curso de Veterinária, do campus Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã dessa sexta-feira, dia 29, por volta das 8h30. De acordo com alunos, o ato seria em repudio á falas, com teor racista, de uma professora da unidade de ensino.

Um áudio divulgado nas redes sociais, mostra o episódio que teria ocorrido na manhã de quarta-feira, 27, quando um estudante negro, do 4º período de psicologia da UFMG, Caíque Belchior Henrique, de 20 anos, pediu para dar um recado na sala em que a Professora lecionava.

A gravação mostra o aluno fazendo um convite para o congresso da UNE, União Nacional dos Estudantes, que irá acontecer em junho deste ano, em São Paulo. Ao final do recado, a professora teria questionado a postura da UNE no últimos anos, mas foi quando o aluno deixou o local que os comentários, que desencadearam o protesto, foram feitos.

O protesto aconteceu depois de que um áudio começou a circular nas redes sociais

“Se eu soubesse não teria deixado vocês ouvirem uma bobajada dessa. Vai trabalhar. Tira aquele chinelo e vai ralar. Ainda corta o cabelo e vê se lava. Tá um fedor danado”, teria dito a professora, sobre a aparência do estudante que usa o cabelo black power.

O áudio, que começou a circular entre os alunos, fez com que diversos estudantes se aglomerassem em frente à Universidade cobrando justiça e um posicionamento da instituição. “No momento eles ficaram com medo de dar confusão. Fecharam as portas quando eu convidei os alunos a ocupar o espaço do prédio. Não permitiram a entrada de não alunos, como o Caíque, por exemplo. Aí saímos outra vez pra não deixá-lo sozinho”, conta Carlos Miguel, estudante de Publicidade e propaganda, da PUC Minas.

Caíque conta que tomou conhecimento do áudio no mesmo dia do episódio, quando recebeu o arquivo de um dos alunos que “tem o costume de gravar as aulas para fazer a revisão depois”.

Por meio de nota a Universidade informou, nessa sexta feira, que “Em relação a episódio que teria ocorrido na PUC Minas Praça da Liberdade, em que alunos alegam que uma professora, em sala de aula, teria agredido verbalmente um estudante que se disse ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE), informamos que o Colegiado do Curso em questão está apurando os fatos junto aos envolvidos para tomar as devidas providências.”

Apesar do comunicado, Caíque nega que tenha sido procurado oficialmente pela instituição. “O único contato que eu tive foi com o Coordenador do curso de medicina veterinária. Ele entrou em contato comigo ontem pelo instagram, só que não respondeu mais nada depois”, revela o estudante. “Eu conversei com ele hoje de manhã, na manifestação e ele falou que vão tomar as medidas cabíveis. Foi só o contato mais informal com o coordenador da Veterinária”, esclareceu.

O aluno da UFMG espera que a profissional seja demitida e informou que pretende tomar as medidas judiciais necessárias. “Ela não pode permanecer fazendo esse tipo de comentário dentro de sala de aula. De disseminação de ódio e preconceito”, disse o estudante de Psicologia.

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