Aléssia Santos toma posse como a primeira defensora pública indígena na Bahia

Com cocar e beca, Aléssia Pamela Bertuleza Santos tomou posse no cargo na Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE BA), nesta segunda-feira (20). Ela é a primeira defensora pública indígena a ocupar a posição do judiciário. A cerimônia ocorreu no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE/BA), no Centro Administrativo de Salvador.

Aléssia é a primeira indígena a assumir o posto na DP – Foto: Divulgação Defensoria Pública BA

A defensora pública é da comunidade Tuxá, que fica na cidade de Rodelas, no norte do Estado. Aléssia foi aprovada no concurso público para a DPE BA e junto com ela, outras 20 pessoas passaram na prova. A indígena é formada em direito pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), tem mestrado na em Direito Público, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e também foi professora de direito internacional e direito tributário no Centro Universitário do Rio São Francisco.

Em seu discurso de posse ela falou sobre ter orgulho de ser parte dos povos originários e fruto da política de cotas. Além disso, reverenciou aqueles que vieram antes dela e abriram para ocupação desta posição.

“Pedindo licença a ancestralidade do meu povo, saudando mulheres e homens indígenas que me antecederam, lutaram e lutam as lutas necessárias para que hoje eu possa ocupar esse espaço. É com muito orgulho indígena, mulher, nordestina, baiana, egressa da escola pública, fruto das políticas afirmativas de acesso ao ensino superior e ostentando como uma origem econômica familiar que me enquadraria como assistida dessa instituição, falo agora, como a primeira indígena a torna-se defensora pública do estado da Bahia”, comemora.

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Em entrevista para o G1 Bahia no mês de fevereiro, logo após sair o resultado do concurso, Aléssia contou um pouco da sua trajetória, ser aluna do ensino público e a primeira indígena a ocupar muitos lugares. “Sou fruto da luta de muita gente que me antecedeu, é uma conquista coletiva. Sou a primeira, mas fico feliz em saber que, em breve, não serei a única. Estudei em escolas públicas e cursei universidade pública. Fui a primeira da família a ter nível superior, sou egressa do sistema público de educação. Na UEFS, fui a primeira cotista indígena a se formar no curso de direito”, finalizou a primeira defensora pública indígena da Bahia.

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