‘A moda é racista’, diz Olivier Rousteing, o primeiro estilista negro no comando de uma grife feminina de luxo

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Criado por pais adotivos brancos em Bordeaux, cidade francesa, Oliver Rousteing, hoje com 33 anos, é o primeiro e único estilista negro no comando de uma grife feminina de luxo.  Em entrevista à revista Veja o estilista falou sobre preconceito no mundo da moda.

A carreira de Rousteing na moda começou quando o rapaz tinha apenas 25 anos.Olivier Rousteing foi contratado como estilista da Balmain, grife fundada em 1945 para atender a elite parisiense no pós-guerra. A crítica foi pesada em relação às suas roupas justas, considerando-as vulgar.

Em oito anos, porém, Oliver contribuiu para que o lucro da empresa passasse de 24 para 150 milhões de euros por ano. Rousteing ainda conquistou clientes como Kim Kardashian, Beyoncé e Rihanna e conta hoje com ele 5,4 milhões de seguidores no Instagram.

“Muitos analistas apontam que revolução da moda virá com a tecnologia, com tecidos que carregam o celular, ou feitos de materiais biodegradáveis. Tudo isso é importante, claro, mas antes há algo muito mais urgente para resolver: a moda precisa deixar de ser arcaica e racista. Eu não mostro apenas roupa, mas uma nova maneira de ver o mundo. Não adianta uma marca colocar três modelos negras na passarela, em um total de oitenta meninas, para mostrar diversidade. Há diversidade no time de criação ou vendas? Não? Então não passa de marketing. Certa vez, pedi ao dono de uma agência de modelos de Paris que me apresentasse mais modelos negras, e ele simplesmente não as tinha no seu elenco. Alegou que grifes e revistas não solicitavam negras” disse o estilista em revista a revista Veja.

Quando questionado se já foi vítima de racismo, Oliver reage: “Para começo de conversa, nunca fui vítima de nada. Já passei por experiências racistas ao longo da minha jornada, e posso garantir: o pior racismo não surge por parte daqueles que nos olham torto, mas, sim, de quem está ao lado, em silêncio, julgando tudo, sem fazer nada”.

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