A Fazenda 12: “Eu sempre me considerei negra, e as pessoas disseram que não”, diz Jakelyne

Jakelyne.jpeg

O assunto racismo foi amplamente debatido entre as peoas Lidi e Jakelyne na ‘A Fazenda 12’, desta terça-feira (17). O papo teve início quando a modelo explicou para a atriz que o termo “cecê”, usado popularmente, para se referir a um cheiro ruim desuor, significava ‘cheiro de criolo’ e, portanto, é um termo racista. “Eu tô chocada”, reagiu Lidi.

A câmera do Playplus, serviço de streaming do programa, cortou imediatamente a cena no papo das meninas, não permitindo que os telespectadores vissem o restante da conversa. Para muitos a mudança de câmera para outro cômodo significou uma certa censura da emissora, visto que isso já havia acontecido quando Lidi protagonizou outro momento relatando suas experiências com a discriminação racial e sua percepção
tardia de que a questão importava, quando falava com Stéfani.

Quando a câmera retornou o foco para Lidi e Jakelyne, o assunto ainda era o mesmo. A atriz chegou a comentar como demorou para debater e entender a pauta racial. “Agora, as pessoas tão começando a acordar, assim como eu também acordei depois de 35 anos”, disse Lidi.

Jakelyne concordou e desabafou: “Eu tenho traços negros. Eu sou a miscigenação em pessoa: tenho branco, negro, indígena. E minha mãe falou que eu era negra, e as pessoas falavam que eu não era, não me aceitavam como negra. Fiz minha árvore genealógica, e saiu ‘cafuzo’ (filho de negro e indígena). Meu pai é negro. Agora, porque eu puxei o cabelo liso da minha avó, não sou negra. Eu sempre me considerei negra, e as pessoas viraram
pra mim e disseram que eu não era negra
”, disse a fazendeira.

Lidi deu sequencia ao assunto: “Como aquele dia que estávamos falando da ‘raça’ negra. A questão desse nome. Tem que reconfigurar, raça, somos todos a raça humana. Eu não tenho nada de diferente, tenho mãos, eu sangro, nada de diferente, só o tom da minha pele. Tem que rever muitas coisas”, ressaltou a atriz.

Foi então que a fazendeira disse como se entendia: “Na minha certidão eu sou parda. Eu falei isso com a minha mãe. Isso por muito tempo foi uma questão minha com a minha mãe. Exemplo, a Raissa Santana que é Miss Brasil. Ela tem exatamente o mesmo tom de pele que eu, mas ela tem o cabelo black, é black que fala, né? E aí somos exatamente do mesmo tom de pele só que o cabelo dela é black”, desabafou a Jakelyne.

Em seguida, ela lembrou também que a primeira Miss Brasil negra foi Deise Nunes, coroada em 1986. “Depois de mim, quando ela (Raissa
Santana) venceu, começaram as matérias ‘segunda Miss Brasil negra da história’ e começaram a falar por que ela era negra, e eu não era.
Aí eu virei pra minha mãe e perguntei o que eu era
”, relatou a modelo.

Deixe uma resposta

scroll to top