#8M: Meninas Negras na linha de frente da luta contra o machismo

image_processing20200201-29235-33j5x1.jpg

Por Rozana Barroso

Mais um 8 de março, mais um Dia da Mulher… Mas, infelizmente, a pauta continua a mesma. Nós, mulheres negras, continuamos sendo mortas! Vítimas de um racismo estrutural, somos silenciadas. Por isso, convoco todas a estarem comigo na luta por nossos direitos e por nossas vidas! E não só neste próximo dia 8, mas sempre nos mantendo unidas, a todo momento, por igualdade e contra a violência.

Foto: Reprodução/Agência Brasil

No ano passado vimos os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que analisou os atestados de óbitos referentes a 2019. Ao todo, 3,7 mil mulheres foram assassinadas no período. E, deste número, 6 em cada 10 mulheres eram negras. Isso quer dizer que o risco de sermos assassinadas é quase o dobro que uma mulher branca! São números que assustam e que precisam de medidas enérgicas para que uma real mudança aconteça. Mas como ela pode acontecer? Com um atual Governo que menospreza as mulheres, que não oferece soluções, pelo contrário dificulta a nossa vida. 

Lei também: COTAS SIM: queremos acessar a universidade!

É preciso falar novamente sobre o veto do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei da Pobreza Menstrual! No qual sabemos que é um problema que atinge diretamente o povo negro. Pessoas que deixam de ir à escola têm o seu direito à higiene básica retirada! Como mulher, negra e representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas ainda não desisti desta luta. Estamos no Supremo Tribunal Federal com uma petição para que o tema retorne à votação.

Além disso, nós, mulheres negras que somos potência, precisamos nos unir e lutar juntas contra o racismo estrutural, a diferença de salários e de tratamento. Precisamos defender nossa vida e que tenhamos direitos e condições iguais. 

Que o Brasil tenha uma agenda voltada à juventude negra, às mulheres, para promover trabalho de qualidade e condições de educação. Que seja garantido por lei, e executado na prática.

Convido à todas a estarem comigo na rua neste 8 de março! Várias cidades do Brasil terão atos de resistência e precisamos estar lá. Vem comigo?

Rozana Barroso, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e ativista da educação 

0 Replies to “#8M: Meninas Negras na linha de frente da luta contra o machismo”

Deixe uma resposta

scroll to top